quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A vaca prenhe dá lugar a filhas leiteiras e anima produtores pobres do Paraná





Estou com minha família - esposa e 3 filhos adultos, estudantes -, na Colônia Witmarsum, PR, a 60 km de Curitiba. É uma colônia de agricultores menonitas de origem alemã, que imigraram ao Brasil e chegaram em 1930, expulsos da Rússia, para onde tinham imigrado antes e vencido as dificuldades daquele país, nas estepes. Ali, perseguidos por Stalin, foram divididos e partiram para poucoas países, como Canandá, Brasil e Paraguai. Aqui chegaram 1.200 famílias, como agricultores cristãos. Assim como tinham vencido as dificuldades centenas de anos antes, na Holanda, construindo os famosos diques, também venceram no Brasil, por meio de muito trabalho, de forma cooperativa, em pequenas propriedades agrárias, procurando manter suas tradições anabatistas, de reforma radical, ainda que hoje estejam um tanto distantes disto, é verdade.
O trabalho social dos menonitas aqui me chama a atenção. Ele foi iniciado pelo pastor Peter Pauls, que há cerca de 30 anos, passou a servir pessoas e famílias, com alimentos e roupas. O envolvimento de outros anabatistas - de origem alemã, suiça, holandesa, canadense, americana e alguns brasileiros - somado, sobretudo à graça de Deus, fez o trabalho ser multiplicado e hoje atende 22 municípios apenas no Planalto Central do Paraná, com ramificações em outras regiões do País.
Além dos trabalhos comuns, como cuidado em creches, participação da comunidade no auxílio a famílias, ajudando-as a reformar ou construir novas casas que tomam o lugar de precários barracos, trabalho com creches, etc, ensinam famílias rurais de trabalhadores pobres em treinamento em técnicas agrícolas e ajudam-nos a caminhar com suas próprias pernas, depois de lhes presentear, por exemplo, uma vaca leiteira prenhe. Com o tempo, assim que a vaca leiteira venha a parir o segundo filhote ou o filhote cresça e tenha o filhote, a vaca inicial é devolvida à associação e o agricultor passa a ter seu próprio animal que vai parindo outros bezerros com o tempo. Hoje, já há grupos de famílias com dez ou mais animais e leiterias em pleno funcionamento. No meio disto, além da gratidão, há conversões também.
Estou animado com isto.
Temos feito alguns passeios também, e trilhas. Temos comido comidas típicas e gostosas. Estamos hospedados na casa do pastor Miguel Lopes e Adela. Amanhã teremos um café colonial (eba).
Escreverei mais coisas depois, vou dormir agora.
(Luiz Montanini)

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